Victor Calisto com fim-de-semana para esquecer
Na primeira prova do Nacional de Ralis de 2005, o Rali Casino da Póvoa, a Calisto Corse Equipe e os seus pilotos Victor Calisto / António Cirne, estiveram em fim de semana não.
Nos muito deteriorados pisos da região de Vieira do Minho o Citroen Xsara não conseguiu resistir à dureza da prova e ao andamento proposto.
Após uma primeira classificativa que começou logo por correr mal, pois durante a sua execução um estranho problema eléctico levou o Xsara a ficar momentaneamente sem corrente, perdendo para os mais directos adversários mais de quinze segundos, a Calisto Corse Equipe iniciou a segunda etapa ao ataque e fruto de uma condução agressiva, foi forçado a abandonar, quando perdeu a roda do lado esquerdo da frente.
Ajudado pelo muito público a retirar o carro da posição em que se encontrava, a Calisto Corse Equipe viu o seu Citroen Xsara começar a arder resultante da deposição do lubrificante da caixa de velocidades em cima do colector de escape.
Viveram-se então momentos de grande ansiedade onde só o sangue frio da equipa levou a que o fogo fosse extinto, não sem antes destruir parte da instalação eléctrica e da caixa de direcção.
Mas, depois desta situação que levou à desistência da equipa, o pior estaria para vir, “logo após o incidente um telefonema do secretariado de prova perguntando se estava tudo bem com a equipa e informando que assim que fosse possível um reboque seria enviado para nos retirar da especial, nos fez saudar a atitude e realçar o esforço organizativo do Targa Clube e da sua equipa.
Mas as horas passaram, uma, duas...seis e a equipa em desespero, com frio, fome e cansada ia sendo informada pelos sucessivos telefonemas que fazia para o secretariado que o reboque estava a caminho. Até que ao fim de quase sete horas um carro da organização parou ao pé de nós com dois jovens de uma simpatia extrema navegados por um senhor dos automóveis chamado Fernando Batista que à minha interpelação muito calma e concisa de “Fernando isto é inadmissível”, pulou para fora de seu verniz e vociferou com tal agressividade e com tal cólera nas suas palavras que pensei poder ainda ser agredido fisicamente por uma das pessoas pela qual sempre nutri o maior respeito e admiração no automóveis de competição.
As palavras do Fernando, mandando-me fazer ralis para outro lado e que não esperava tais críticas da minha parte e a forte agressividade que demonstrou quando se dirigiu a um piloto com 30 anos de actividade que à sua maneira também tem feito alguma coisa pelos automóveis, que pagou a sua inscrição e que sempre se tem portado dignamente em todas as participações sociais e desportivas, são despropositadas inconcebíveis e mesmo desajustadas perante a situação pela qual a equipa foi obrigada a passar.
Penso no entanto que tudo isto terá sido resultado de algumas noites de insónia e todo o stress motivado pelo trabalho excessivo que por vezes o Fernando chama para si”. Comentou Victor Calisto.