E depois do embarque, ou seja da entrega das viaturas no cais para o embarque, os nossa ansiedade aumenta em flecha até que eles cheguem ao ao outro lado do Oceano...em bom estado claro!!!

Porquê? Perguntará o mais atento leitor...porquê?

Não é que não nos passe pela cabeça que alguma onda mais feroz possa transformar a nossa viatura num submarino a fazer companhia a alguma expedição do Cousteau, mas o que mais nos preocupa é a forma como as viaturas são tratadas e carregadas no cais e o seu acondicionamento dentro do Barco que as transporta...

Sempre que vamos às ilhas, e se por acaso alguma coisa viaja dentro das viaturas que não esteja sólidamente fixada desaparece...e, já não têm conta os punhos da alavanca de velocidades que desapareceram, só para enumerar o mais vulgar...ou ainda a destruição de algumas partes da carroçaria em função da subtileza e ligeireza dos processos de carregamento e descarrregamento!!!

Depois, é sempre um risco (muito grande) deixar que os”Fittipaldi” da estiva ponham os carros a trabalhar e os guiem soltando todo o seu enorme talento...

Desta vez saíu-nos a taluda...

Pois é, desta vez tocou-nos a nós...

Estes gajos já tinham idade para ter juízo...não acham???

Na dia do desembarque na Madeira, no cais do Caniçal, um telefonema do proprietário do concessionário Citroen para a Madeira, Sr. Ricardo Vasconcelos, alertou-nos para o facto de a viatura de prova não trabalhar e a bateria estar descarregada...

Com os neurónios já a fazerem contas de multiplicar, “voámos” até ao cais e verificámos que além disso também o cabo de acelerador estava partido e as velas completamente isoladas e inoperantes...

Regressados após reparação temporária mesmo ali no cais, verificámos que algo de estranho se passava com o motor...receios confirmados durante o Shakedown em que a batida ouvida se tornou mais intensa e apressou o nosso regresso ao Concessionário Citroen no Funchal.

Ao fim do dia, e após abrir o motor verificou-se a destruição completa das capas de biela do 1º e 2º cilindro, o que nos levava na melhor das hipóteses a voltar para casa... ...às vinte horas da véspera da prova, no Funchal, com tudo fechado não ia ser possível arranjar material para reparar um Citroen Xsara 2.0 e verificá-lo às 08 e 30h do dia seguinte... ...Estava tudo perdido !!!

Alguém brincara com o nosso carro, com a nossa equipa e com a nossa participação na prova mais importante do Calendário Nacional...e ainda por cima sem culpados à vista!!!

Mas afinal os “Milagres” existem ...

Quando o desespero já nos invadia, um motor de um Xantia Diesel em reparação no concessionário forneceu-nos a solução...as capas de biela ...e o motor voltou a rugir às três da manhã.

Cansados mas felizes e embora com um motor normal e sem afinações, iríamos estar à partida do Rali Vinho Madeira 2006, com uma grande dívida de gratidão para a equipa de assistência da Inside Motor e também para Vasconcelos & Couto, concessionário Citroem para a Madeira, que se mostraram incansáveis.

Depois, foi cumprir o melhor que soubémos e pudémos o traçado de um Rali muito bonito e também muito duro, fazer o melhor que sabíamos e terminar classificados mais esta prova do Campeonato Nacional de Ralis, que no que nos diz respeito já contamos com vinte paticipações.

O quarto lugar final da classe N3 e o quinto da Taça Nacional de Ralis, foi o melhor que conseguimos, sem que antes no decorrer da antepenúltima especial um despiste sem consequências nos tivesse feito perder cerca de 8 minutos e descer seis lugares na classificação geral.

Mesmo assim este resultado fez-nos ascender ao terceiro lugar da Taça Nacional de Ralis, o que constituíu um mal menor para o que poderia ter sido uma participação catastrófica